Marjorie Vicente AM/PM
Minha Maternidade É Atravessada Pela História?!?! – Parte 1
Até o sec. XVII na Europa, as crianças eram dadas para as amas de leite e passavam a primeira infância com elas. Em seguida, iam para o colégio interno. 😢
A mortalidade infantil era muito alta, a mulher precisava voltar a vida sexual e a manutenção do casamento, por isto, o apego não era incentivado. O batizado precisava acontecer rapidamente porque o bebê logo poderia morrer. 😞
“Que crueldade!”
Imagino que tenha sido o seu primeiro pensamento… e te convido a ir além… com todo o conhecimento que temos hoje a respeito da “exterogestação”, “teoria do apego”, “preocupação materna primária”… fica a inquietação de “quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha”? Será que o apego não era incentivado porque a mortalidade era alta ou a mortalidade era alta porque não havia apego (e nem conhecimento a respeito)? 🤷♀️
Com o Capitalismo, a separação do público e privado, as crianças passam a ser responsabilidade dos pais. Com a definição de papéis, a mulher passa não só a ser responsável pelos cuidados básicos do bebê, mas, também por uma disponibilidade psíquica. 🤱🏻
Assim, surgem as doutrinas de como ser uma boa mãe pautadas na amamentação, no amor incondicional… a idéia do amor materno como inato surge aqui. Quanto mais responsabilidades e sacrifícios, maior o status desta mulher diante da sociedade. 🏆
** Abre parêntesis (
Alguém se identifica???? Vejam como muito do que vivemos hoje tem um “porquê” histórico-cultural… e se não nos questionamos, vamos “seguindo o bonde” propagando padrões…
** Fecha parêntesis )
Com a necessidade de povoar a Europa após a segunda guerra mundial, as mães ficam com a responsabilidade pelo futuro da nação… neste ponto, ter filhos demonstrava patriotismo. 💪
As mulheres que não tinham esta vontade passam a se sentir inadequadas, e as que tinham vontade de exercer outra função são tidas como inferiores as que se dedicavam única e exclusivamente a maternidade. 🙇🏼♀️
👉🏻 Continua no post seguinte!