Ser Mãe e os seus significados!!!!

É de extrema importância que seja cada vez mais conhecida, comum e praticada a Psicologia Perinatal com o intuito de ajudar os pais e familiares, e especialmente a gestante, na transição de papéis. Pouco se é pensado a este respeito e muito se é esperado. Algumas crenças relacionadas a Maternidade como algo sagrado, prazeroso, romantizado, mágico, instintivo, entre outras, acaba por dificultar ainda mais o processo para muitas mulheres.

De fato, existem Mães que parecem ter nascido com este desejo aflorado e habilidades intrínsecas, mas, na grande maioria existe um caminho a ser percorrido, um processo a ser respeitado. Esperar que a felicidade seja uma constante universal após o positivo e que o amor seja transbordante após o parto é generalizar demais experiências que são únicas.

É muito comum escutar de mães recém-paridas “por quê ninguém me avisou que era assim?” Este questionamento mostra um descompasso entre as crenças centrais alimentadas por uma Maternidade idealizada e a realidade difícil das noites mal dormidas, das dificuldades com a amamentação, do se perder em meio a quem esta mulher era e em quem está se tornando, nos altos e baixos dos hormônios, nas mudanças das relações (de casais para pais, de filha para mãe…), entre outras coisas.

O trabalho com ênfase em um modelo psicoeducativo da Abordagem Cognitivo Comportamental vai bastante de encontro com o conceito de Pré-natal Psicológico que é extremamente importante inclusive na prevenção de comprometimento psicológico da gestante no pós parto.

De forma colaborativa entre gestante, familiares e equipe, é importante que haja muita troca de informação (tipos de parto, o que esperar da amamentação…), exploração de conceitos (ser pai, ser mãe, rede de apoio, aceitar ajuda x não ultrapassar os próprios limites), que as expectativas sejam trabalhadas na realidade em que todos estão inseridos, e, que a autonomia da Mãe nas decisões seja incentivada e respeitada.

Uma vez que a Abordagem Cognitivo Comportamental prega que não é uma situação ou evento que determina como uma pessoa irá se sentir ou se comportar, mas sim, a forma como ela interpreta esta situação ou evento, é de extrema importância que, diante de um conflito, as crenças que o envolvem sejam trabalhadas e confrontadas com a realidade.

Uma mulher que nasceu em um modelo mais patriarcal e viu a própria Mãe “dar conta de tudo” no que dizia respeito a casa e filhos pode ter muita dificuldade em pedir ajuda e se despir do papel de mulher maravilha que a sufoca. Assim como um filho que vivenciou uma relação de simbiose intensa com a Mãe, pode temer perder o próprio espaço quando se torna Pai e se vê diante da intensa dedicação da esposa ao bebê.

É preciso “separar o joio do trigo”, entender que toda resposta emocional ou comportamental é mediada pela interpretação (cognição) que a pessoa faz a respeito da situação. Podemos identificar que não estamos confortáveis, chorar de exaustão, “explodir” de raiva, mas, é preciso ir mais longe, e através de técnicas, identificar quais são estas crenças centrais que alimentam e norteiam estes comportamentos nocivos.

Ser ouvida e se sentir cuidada em um momento de tanta e intensa doação faz toda a diferença na vida desta Mãe recém-nascida e, é fundamental, na vida desta família que está engatinhando na reorganização dos papéis.

Eu posso te ajudar! ❤️

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