Estudos aprimorados em NY e CA são aplicados no Brasil e revelam um novo conceito: a Psicologia de Imagem
Com uma ideia extremamente inovadora e pertinente à sociedade atual que, cada vez mais, dá importância ao uso de imagens na comunicação, propagandas, rótulos de produtos, em tudo o que consumimos, nos impressionamos e acreditamos surge o conceito da Psicologia de Imagem. Trazida para o Brasil através da psicóloga Marjorie Vicente, a proposta é abrangente e aborda diversos nichos e aspectos em torno da imagem. A Revista Quimera Magazine entrevistou a psicóloga e trouxe muito conhecimento aos leitores.
QM: O que a Psicologia de Imagem propõe?
A Psicologia de Imagem é baseada nos valores que carrego para minha vida: a empatia, congruência e aceitação positiva incondicional. Ou seja, a partir de um trabalho que está dentro da linha Humanista da Psicologia, a proposta é aceitar os clientes incondicionalmente nesta relação e, ao lado deles, buscar o equilíbrio entre as imagens real e a desejada. Ou nos casos de pessoas que sofrem com as distorções de imagem, equilibrar o que é a imagem real e aquela percebida pelo cliente.
Como é trabalhar com consultoria de imagem?
Um trabalho que propõe uma consultoria de imagem vai muito além de uma análise de combinações de peças e tendências. E um estudo de hábitos e comportamentos que vão ao encontro do seu estilo e personalidade. Atuar nesse leque vai além de pensar que tipo de mensagem estamos passando. É poder refletir sobre o “lifestyle” adotado e o grau de satisfação relacionado a isto. Outro dia uma cliente chegou a conclusão que o seu closet era repleto de opções de vestuário para o trabalho, mas que nos finais de semana, usava apenas roupas de ginástica compradas há anos, o que a fez pensar nas reclamações dos filhos e do companheiro que ela só dava atenção a vida profissional. Até mesmo o closet dela refletia isto.
E em relação ao atendimento clínico, quais são as possibilidades?
Quanto ao atendimento clínico, trabalho com todas as questões que despertam o conflito com a imagem: os transtornos alimentares, as cirurgias estéticas, a dismorfofobia, o pré e o pós das cirurgias bariátricas, o bullying tão praticado entre as crianças e adolescentes, entre outros.
Esse tipo de atendimento é extremamente importante para a sociedade em que vivemos hoje. A ideia de um “corpo ideal” criada na cabeça das pessoas faz com que muitos sigam uma ditadura desnecessária. O trabalho da Psicologia de Imagem, nesses casos, é evidenciar o limite do que é saudável e entender a real motivação para mudanças.
A Psicologia de Imagem atua em meios corporativos? De que forma?
A importância da imagem não é evidente apenas em suas vestimentas e apresentação inicial em uma entrevista, mas, em todos os dias dentro de uma corporação. É importante dar uma atenção maior à adequação do vestuário de acordo com o ramo de atividades, valores e cultura da empresa, ao estudo de cores baseado na mensagem implícita adequada para o meio profissional; considerações sobre estampas e acessórios; e por fim, o que é ou não apropriado para o “casual day”.
Como funciona a Psicologia dentro das agências de moda?
Nesse setor, exploro algumas questões importantes para as modelos: o uso da imagem pública, a importância do estilo e dos famosos padrões estéticos que essa profissão precisa enfrentar.
Como são feitos os encontros com as modelos?
Os encontros, normalmente, são realizados na própria agência e o projeto é realizado de forma exclusiva, respeitando a ideia de que cada caso é um caso.
O trabalho com as modelos é diferente dos demais setores, procuro desenvolver com elas caminhos equilibrados dentro da profissão que escolheram.