Proponho a vocês leitores da Ser Família, uma rápida “brincadeira” para ilustrarmos o foco desta matéria. Imagine-se em frente a uma prateleira no supermercado, você está procurando um dos itens da sua lista, o leite, e logo a sua frente está a sua marca predileta. Do lado direito está uma caixa de leite amassada e suja, do lado esquerdo uma caixa intacta. Qual você escolheria?
O importante aqui não é se guiar pelo óbvio, e sim, ir além e refletir sobre o questionamento. Que tipo de emoção e julgamento a caixa de leite amassada e suja te desperta? Provavelmente, você irá desconfiar da qualidade do produto (mesmo conhecendo a credibilidade da sua marca), imaginar os piores percursos possíveis que esta embalagem percorreu até chegar as prateleiras e até mesmo questionar a seriedade e comprometimento do comércio em que o mesmo está exposto. Alguma dúvida de que aparência é de fato importante?
E é assim, em todos os aspectos de nossas vidas. A imagem é em grande parte a primeira responsável por êxitos e fracassos nos dias atuais. Se ela for positiva, os outros atributos serão avaliados, caso contrário, é muito provável que a avaliação cesse no primeiro item.
Uma entrevista de emprego representa como nenhuma outra ocasião a frase: “Não há uma segunda chance de causar uma boa primeira impressão”. A primeira impressão é formada nos 30 segundos de contato inicial, e é composta pela seguinte porcentagem: 55% postura, linguagem não-verbal; 38% qualidade da voz, tom; e APENAS 7% a mensagem dita. Porém, de nada adianta um primeiro encontro bem-sucedido seguido de uma imagem que não se sustenta.
A Psicologia de Imagem no nicho corporativo trabalha exatamente esta questão, a adequação do seu “eu real” e do “eu profissional esperado”. A idéia é tornar o mais “leve” e prazeroso possível este encontro. Lembrando que a primeira impressão se dá nos 30 segundos iniciais, mas, a sua imagem perante a empresa é constituída no dia-a-dia. Assim, deve ser consistente. Por isto, conscientizar é mais efetivo do que impor, a mudança e/ou adaptação precisa ser desejada, ou ao menos, entendida como essencial à partir da decisão de pertencer a determinada Organização.
Outro exemplo clássico é a importância da imagem pessoal e conceitual das personalidades. Uma empresa ao escolher uma celebridade para estampar seu produto deve tomar muito cuidado, pois, automaticamente os consumidores farão associações entre “o garoto-propaganda” e a marca. Vivemos além da Era da Tecnologia e da Informação, desta forma, tudo que se relaciona a imagem de alguém pode ser difundido e assimilado muito rapidamente. Por sua vez, as celebridades devem ter cuidado com o que fazem, dizem e como será a interpretação de tudo isto pelos futuros consumidores do produto. Daí a importância de assessores de imprensa e consultores de estilo que atuam na construção e manutenção da imagem perfeita e desejada.
Para a equipe de marketing de uma empresa, é necessário que o consumidor ao ver a propaganda de uma marca, identifique-se com a personalidade que a estampa, e que nele surja o desejo de ter as qualidades da celebridade. Assim, a empresa atinge o seu objetivo de persuadir o consumidor, com base na credibilidade da imagem que a pessoa representa.
Assim, a antiga questão Ser X Ter saiu de cena, e deu espaço a problemática Ser X Parecer. Não basta ser internamente o que é necessário para determinado cargo ou situação, você precisa também, parecer esta imagem que deseja transmitir. O grande segredo de um bom marketing pessoal é projetar a sua imagem através de símbolos já convencionados e que são característicos de cada grupo social.
Como você pode perceber, você é a sua MARCA mais importante e precisa saber vendê-la através de um marketing pessoal que seja, antes de tudo, verdadeiro. Aquela velho ditado que toda mãe insiste em dizer para a sua filha “se você não se gosta, ninguém vai gostar de você” é extremamente verdadeiro e resistente as gerações, consciente ou não, você transmite aos outros a forma como se percebe.
Como Psicóloga de Imagem, eu sugiro que você faça o teste do espelho, mas que seja crítica na medida da realidade e do palpável, sem ilusões como as que nos bombardeiam diariamente através de todo tipo de Mídia nos prometendo uma felicidade sem fim SE alcançarmos determinado padrão de beleza. Cada pessoa é única, não há melhor ou pior, o que existem são pessoas e padrões de beleza distintos.
Voltando ao teste do espelho, analise o que de fato te incomoda e o que você acredita que precise mudar, o que a tornaria mais confiante, pense como esta mudança precisa ser feita, se é preciso uma intervenção cirúrgica, um estudo de proporções do corpo, uma análise de cores que te favoreçam, enfim, pense em todas as possibilidades, e esteja cercada de profissionais competentes, que trabalhem em conjunto, e que sejam éticos.
Qualquer tipo de mudança física altera a sua identidade e o seu psicológico, uma vez que você irá se enxergar e se sentir de outra forma. Seja responsável pela mensagem que transmite, tenha as rédeas da sua vida em suas mãos, começando pelo mais importante: VOCÊ MESMA! Cuide de sua imagem e seja a sua melhor versão… como um convite irresístivel para explorar o conteúdo a altura de sua embalagem!
Obs: Materia escrita para a Revista Ser Familia