Sobre o último trimestre…

Já são mais de dois meses no Brasil… viemos no dia 25 de Julho, remarcamos as passagens de volta duas vezes… agora é definitivo, iremos embora no dia 22 de Outubro… tanta coisa aconteceu neste tempo… viemos para acompanhar a cirurgia do Vovô Léo e a sua recuperação… algumas complicações renderam quase 40 dias de internação… precisei ser Mãe não só da minha filha, mas, do meu Pai também, cuidar de quem sempre cuidou… e COMO foi difícil vê-lo sofrer tanto… doía em mim em dobro… talvez por não aceitar vê-lo frágil, talvez por reviver momentos de sofrimento da minha história, e, com certeza, por ter tanto amor por ele! 

Neste período, a minha Mãe precisou ser Avó em triplo, se desdobrar com a Geo na cia dos meus sobrinhos enquanto eu ficava no hospital… até agora quando eu me ausento para trabalhar a distância (sim, tenho a sócia mais compreensiva do mundo na My Gym e também continuo atendendo pacientes), eu escuto do outro cômodo da casa a Geo Geo dizer do seu jeito ainda “índio” de construir frases: “Mamãe, ver Vovô Léo” ou “Mamãe hospital Vovô Léo”… rs… a nossa união que pouco a pouco vem deixando de ser simbiótica evoluiu bastante por aqui… e, hoje em terapia (sim, psicóloga também faz terapia), eu refleti muito sobre o quanto a fantasia é tentadora… tenho uma amiga que sempre brinca que queria voltar para o útero (rs), isto é tão simbólico e fica tão evidente em períodos longos aqui no Brasil… quase que igual e tão temporário qto o “falso conforto” de devorar uma caixa de bombons de chocolate, um bolo inteiro ou muitos pãezinhos com manteiga e diversos copos de café com leite no auge de um episódio de compulsão quando se vivencia um transtorno alimentar (vivi isto grande parte da minha adolescência, o que me motivou a me especializar na àrea e ajudar pessoas). É também muito parecido o desconforto do dia seguinte… quando a promessa do “hoje eu começo” falha e faz o processo todo se repetir sem parar… assim, voltar para o útero como a minha amiga brinca… não cabe mais, não faz mais sentido… a necessidade de independência e autonomia gritam e quando nos ouvimos e paramos de lutar contra o processo, a mágica acontece… não a mágica infantil… mas, a “mágica” real… a de honrarmos e vivermos as nossas escolhas, doe a quem doer… até a nós mesmos! 

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