Mães de UTI, eu sei que te disseram para acordar o seu bebê a cada duas horas para alimentá-lo, afinal, ele precisava ganhar peso…
Te disseram também que duas fraldas secas significavam desidratação e que isto era sério…
Te aconselharam a evitar visitas e seguir a risca a espera dos três meses para levar o bebê passear…
Provavelmente, em casa, você ainda tenha seguido o passo a passo de lavar muito bem as mãos e antebraço (por no mínimo 20 segundos) e “se pegou” procurando a roupa descartável antes de se aproximar do seu maior tesouro…
Talvez você ainda escutasse os apitos dos monitores, sentia o frio intenso do ar condicionado e fechava os olhos de forma aflitiva tentando não visualizar, em pensamento, procedimentos vistos que fizeram o seu coração parar.
Te cobraram tudo o que cobram das Mães, mas, com uma intensidade maior que muitas vezes deve ter te paralisado ou te tornado a mais proativa das criaturas, antecipando todo e qualquer evento que pudesse acontecer…
Eu sei que não havia espaço para sentir o peso nos ombros, a confusão dos pensamentos acelerados e a exaustão de quem parece lutar pela sobrevivência do bem amado 24hs por dia, 07 dias por semana, fizesse chuva ou fizesse sol, sem tréguas… desmoronar não era uma opção…
Mas, deixa eu te contar um segredo… estes bebês, que por motivos diversos decidiram chegar de forma inesperada ou foram obrigados a deixar a segurança e o conforto do casulo antes da hora, são verdadeiros guerreiros e nos ensinam em dobro à medida que aprendem…
Antes de ter esta clareza, eu permaneci no piloto automático por um bom tempo… quando a Georgia tinha 01 ano e meio, um tio MUITO querido me vendo oferecer água pra ela no cafe da manhã (talvez pela terceira vez) me disse: “Deixa ela te pedir!”… confesso que “palavras feias” povoaram meu pensamento naquele momento… e eu precisei respirar fundo…
Hoje, olhando com outras lentes para esta mesma situação, eu percebo que junto com o incisivo “deixa ela te pedir”, estava um sábio e carinhoso conselho: saia do automático, você não precisa antecipar tudo, deixa que ela aprenda a reconhecer as próprias necessidades e faça o “mínimo” esforço para alcança-las. UFA!
Desacelere Mamãe… vai ficar mais leve, eu te prometo! A urgência é exceção, e o estado de alerta constante te prende nas fantasias e te afasta do seu bebê no trivial!
Se conectem! Inspire profundamente e expire deixando todo o medo ir… conte comigo! Estou aqui!