Psicologia + Obstetrícia em cenários específicos

Em dois posts anteriores eu falei sobre a importância do Pré-natal Psicológico na preparação da família para a mudança de papéis, no manejo de expectativas, na importância da busca de informações no processo de autonomia da gestante, e na prevenção de depressão pós-parto entre outras psicopatologias. 🌟

Hoje, quero falar sobre casos mais específicos, e como se dá a atuação da Psicologia junto a Obstetrícia nestes cenários. 🤝

No atendimento a gestantes que apresentam hiperêmese gravídica (vômitos e náuseas que podem provocar desidratação, anormalidades eletrolíticas, perda ponderal e cetose, ocorrendo geralmente no primeiro trimestre da gestação e podendo durar até 20 semanas), o profissional da Psicologia Perinatal tem como foco tranquilizar a gestante quanto ao caráter fisiológico e passageiro desta condição. A psicoterapia neste caso costuma ser breve, e possui a faceta psicoeducativa enfatizada. 🤢

No caso da gestante com diabetes, o sofrimento psicológico normalmente está relacionado às dificuldades ligadas ao enfrentamento da rotina de tratamento (que inclui até quatro testes/dia para monitorar a glicemia, visitas quinzenais ao obstetra no inicio da gestação, exames mais específicos mensais e trimestrais para avaliar rim, fundo de olho, entre outras coisas), e, ao medo de desenvolver complicações futuras tanto para a gestante quanto para o bebê. 🤯

O acompanhamento com um Psicólogo Perinatal visa proporcionar a adesão ao tratamento, clarificar crenças e receios confrontando-os com a realidade, ou seja, elaborar os aspectos emocionais relacionados a doença com o intuito de minimizar o sofrimento psíquico e prevenir desfechos negativos através da munição de informações e atitudes adequadas ao longo da gestação. 🙌🏻

(Vale lembrar que a gravidez planejada de uma paciente diabética evita grande parte dos riscos relacionados ao bebê, portanto, o controle da doença anterior a gestação é extremamente recomendável). 🎈

Já a gestante com a Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) necessita de um acompanhamento médico ainda mais rigoroso com monitoramento constante da pressão arterial e tratamento especifico dependendo da idade gestacional e gravidade da doença. Tida como a primeira causa de mortalidade materna no ciclo gravídico puerperal e tendo como tratamento definitivo a interrupção da gestação, podemos imaginar o quão se faz necessário o atendimento psicológico. 🔴

A atuação do Psicologo Perinatal visa garantir a adesão ao tratamento, elaboração dos estágios de luto da descoberta da doença, e, a criar estratégias junto a gestante para lidar com situações que causem ansiedade da melhor maneira possivel com o intuito de garantir o melhor prognóstico para a Mãe e o bebê ao longo do tempo que for possivel manter a gestação. 🤰🏼

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012), o psicólogo é o profissional preparado para ajudar a paciente e a sua família a lidar com as dificuldades emocionais envolvendo suas angústias, medo e dúvidas em relação à gestação e ao desfecho do parto. Ou seja, a atuação se estende aos parceiros e familiares. 🫂

Vejam como o trabalho do Psicólogo Perinatal em situações especificas ao longo da gestação, de forma geral, apresenta facetas parecidas com a atuação no Pré-natal Psicológico: prevenção, psicoeducação e terapêutica… com o foco sempre na autonomia e fortalecimento emocional da gestante em todo o processo. ❤️

Quem me acompanha há algum tempo por aqui, sabe que eu passei por uma situação rara e super delicada no final da minha gestação, a colestáse gravídica… senti na pele a falta que faz o acompanhamento com um profissional da Psicologia Perinatal, o que foi combustível para a minha especializacão na área. ✨ Falarei mais a respeito! Aguardem! 😉

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