Sobre Perfeccionismo e Maternidade

Hoje postei esta foto em um dos grupos de familia (um salve para estes grupos cheio de amor e conflitos 🤪), e coloquei como legenda “Saudade do tempo que a babá eletrônica servia para vigiar as duas!” (me referindo aos 08 meses que a minha Mãe morou com a gente). 🥰

Imediatamente, minha Mãe que acompanhou de perto a onça crescer em mim à medida que a barriga aumentava, me perguntou: “Jura que você me vigiava?” rs! 🧐

Vamos falar sobre isto?! O questionamento dela me lembrou a aula maravilhosa do Alexandre Coimbra Amaral sobre Puerpério e Perfeccionismo. 👏

Como ele muito bem colocou, umas das primeiras coisas que percebemos na vida a nosso respeito é que somos imperfeitos… nos primeiros tombos quando estamos aprendendo a andar, nos comentários dos nossos pais (esta menina é muito isto ou aquilo), nos números (leia-se notas) das tarefas escolares, na competição “velada” das Mães (fulaninho já aprendeu a falar, ciclaninho já anda de bicicleta sem rodinha) e por aí vai… 🤷‍♀️

A mensagem é clara: valemos pelo que fazemos, pelo que produzimos e não por quem somos, assim, a perfeição vai se tornando uma meta. 🎯

Na relação Mãe e Filho, este perfeccionismo é ainda mais traiçoeiro porque aparece “disfarçado das melhores intenções de quem ama incondicionalmente”. Quanto mais a Mãe tenta suprir todas as lacunas do filho, menos ela o prepara para o mundo. 😳
Não estou aqui fazendo apologia a negligência de forma alguma, mas, estou tentando desmistificar a “mãe perfeita”. 👎

O @omeupediatra fala lindamente da diferença entre mimar e dar amor sem medida. Amor, colo e atenção nunca são demais, mas, fazer pelo filho o que ele já é capaz ou “está em vias de” fazer sozinho é um desserviço que contribui negativamente para a autoestima da criança. “Se alguém precisa fazer por mim deve ser porque não sou capaz”; “Se não tenho certeza que sei fazer, não vou nem tentar”; “Não vou arriscar porque não posso errar”, e por aí vai. 🤭

Uma Mãe perfeita cria filhos adultos infantilizados, uma vez que, não há espaço para que eles sejam aprendizes. Portanto, eles não “se colocam”, não tomam decisões, não trilham os próprios caminhos… 😓

O que tudo isto tem a ver com a foto inicial?! 🤔Apesar de nunca ter “vigiado” a minha Mãe (rs), foi preciso muito aprendizado por aqui para soltar as rédeas, aprender a delegar, confiar no outro e, acima de tudo, enxergar força e capacidade na vulnerabilidade. 🌟

Parafraseando o Alexandre: “É na nossa imperfeição que os nossos filhos se salvam!” Roberta Ferec não poderia ter sido mais feliz na escolha do seu título: “Mãe Perfeita Não Tá Mais Se Usando!” 🙌🏻

Portanto, que as ferramentas sirvam para o seu devido fim como segurança (obviamente) e para eternizar momentos lindos como o da foto ❤️… quanto ao “controle”?! Ele NUNCA existiu mesmo! Não seja refém de algo tão ilusório! 🤯

Estou aqui! Conte comigo! 🫂

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